segunda-feira, 22 de abril de 2013

VIVÊNCIA DO SER


Vivência do SER

através das lições e desafios dos

Cincos elementos

Aprenda a movimentar a sua vida em harmonia com as leis dos Cincos Elementos que representam os ritmos da vida, sabendo utilizar o potencial e as habilidades elementares deste ciclo que não cessa para o desenvolvimento e equilíbrio de seu SER.

Reequilibre a sua energia através do movimento harmônico a ser alcançado com cada elemento que integra o seu SER mediante um importante aprendizado baseado em importantes informações, reflexões, dinâmicas, vivências corporais, técnicas de energização, relaxamentos e meditação e aproveitando o movimento de integração harmoniosa entre várias ciêncas :

  • Medicina Tradicional Chinesa

  • Psicologia

  • Biossíntese

  • Cinesiologia

  • Yoga

  • Fisioterapia

  • Fitoterapia

  • Astrologia

  • Numerologia Criativa

  • Tarô de Marselha

 

    Entre nesta Roda e faça a sua energia girar em direção á saúde e ao bem estar.



    ENCONTROS


    Serão realizados cincos encontros para mobilizar o livre fluxo energético entre os cincos elementos que constituem o seu SER.



    Data: À partir de 2014


    Horário :

    Um final de semana por mês de 9:00 às 17:00 (O almoço está incluído e integra uma importante vivência dos elementos)

    Local

    Espaço TEAR, Av.Princesa Isabel 323 - sala -703 Copacabana.


    Contato

    Telefones : 21- 2547.2286 ou 21- 8607.4988

    email : terapiaearte@yahoo.com.br

    CONVITE


    Usufrua gratuitamente da leitura de livros, poesias, artigos, dicas de saúde, bem como, vídeos e áudios postados neste espaço e em outros espaços associados a este através dos links.
    Você será sempre um convidado especial!

    TE CONVIDO
    A NAVEGAR
    NUM MAR DE HISTÓRIAS REAIS E IMAGINÁRIAS
    A EXPLORAR
    UM MUNDO REPLETO DE POESIAS
    TROCAR IDÉIAS
    EXPERIMENTAR A TERAPIA
    DO CORPO E DA ALMA
    ENFIM,
    TE CONVIDO
    A CONVIDAR-ME
    FAZER PARTE
    DE UMA PARTE DE TI

    CURSO BÁSICO DE BIOELETROGRAFIA


          

         CURSO BÁSICO DE BIOELETROGRAFIA
                                ( FOTO KIRLIAN - PADRÃO NEWTON MILHOMENS)





                    FOTO DA ESTRUTURA ENERGÉTICA DO SER HUMANO
              UM EXCELENTE RECURSO DE DIAGNÓSTICO TERAPÊUTICO

    PROGRAMAÇÃO

    • O que é bioeletrografia ou  Foto Kirlian
    •  A “verdade” científica, respeito e ética no trabalho científico
    •   História da Bioeletrografia no mundo e no Brasil
    • Pesquisa de Professor Newton Milhomens e de outras personalidades na área
    • Campo Energético
    • Dinâmica, movimento e transformação energética
    • Organização de prontuários
    • Como tirar Foto Kirlian (vivência prática)
    • Critérios na revelação das fotos
    • Análise dos sinais de desajuste energético (Conflitos emocionais, ego, depressão, stress, energia yin, energia yang, auto-estima, auto-aceitação, preocupação, ansiedade, angústia, melancolia, tristeza, agressividade, raiva, inveja, culpa, tendência auto-destrutiva, distúrbios sexuais, inflamação, infecção, intoxicação, alergia,  processo degenerativo, câncer, paranormalidade, etc)
    • Análise de fotos de pacientes psicóticos e neuróticos graves
    • Fotos de criança e adolescente
    • Efeitos do Reik/florais/psicoterapia/hipnose/cromoterapia/cristais/aromaterapia/EFT e atividades físicas sobre o campo energético
    • Análise da própria foto
    • Abordagem diagnóstica (como abordar o cliente e orienta-lo)
    • OBS: Sublocação da Máquina  para pessoas que não puderem adquiri-la (R$ 20,00 por cliente)

    DATA

    PRÓXIMO CURSO EM OUTUBRO

    INVESTIMENTO

    • À vista: Individual > R$400,00 ou 2 x R$220,00 ou Turmas fechadas compostas por 6 alunos (R$1800,00 por turma)
    • Taxa de material > R$20,00 (Cd com apostila,  com todos os sinais estudados durante o curso e  filme para tirar as fotos)
    RESPONSABILIDADE TÉCNICA

    ·         Cláudia Luiza Alves Couto
     →Psicóloga, terapeuta holística, professora de yoga, acupunturista, escritora     
           → Formação Kirliangráfica com o Professor Newton Milhomens dentre outros
           →Maiores informações> claudialuizacouto.blogspot.com

    INFORMAÇÕES E CONTATOS

    ·         Telefones: Rio de Janeiro: (21)25472286  ou (21)86074988
    ·         Local do Curso: Av Princesa Isabel nº323 – Sala 703
    ·         Site: www.terapiaearte.com.br
         Blog: claudialuizacouto.blogspot.com

    Certificado reconhecido pelo Dr Newton Milhomens e não reconhecido pela IUMAB

    sábado, 20 de abril de 2013

    A MELHOR IDADE



         Vivemos numa sociedade que cultua a juventude, ignorando e subestimando a riqueza das pessoas mais velhas. Envelhecer se tornou um pecado, um defeito e uma doença nos dias de hoje. Ter um corpo conservado, sem os sinais do tempo se tornou uma obrigação e a mais valiosa virtude. Dita-se o corpo  e a aparência perfeita que todos nós devemos perseguir para sermos valorizados e aprovados por este sistema doentio de valorização pessoal. A nossa verdade passou a ser a verdade disseminada pela mídia e pelos interesses de mercado. O rótulo que carregamos passou a ser mais importante do que o conteúdo. Para isto, nos vestimos com as marcas e consumimos  os produtos que possam nos tornar um valioso bem de mercado. Infectados por esta doença social, perdemos a nossa verdadeira identidade ou passamos, no mínimo, a temê-la.
    Dizer a idade passou a ser um risco. Melhor escondê-la, pois a melhor idade é sempre aquela que ficou para trás. Melhor esconder também as nossas rugas, as nossas celulites, estrias,  gordurinhas, enfim, tudo aquilo que não nos permite ser como as imagens idealizadas e perfeitas, na maioria das vezes, corrigidas por poderosos programas de fotoshops. Os recursos para nos ajudar a não ver o que nos incomoda aumentaram.  Não precisamos mais das antigas revelações, as fotos digitais nos permitem apagar e corrigir todas as características que aos nossos olhos possam nos lembrar que somos bem parecidos com aquilo que somos de fato. Preferimos sermos parecidos com os modelos que pousam nas mais altas passarelas da moda. Viver passou a ser uma questão de moda e é cafona nos vestir com a nossa real identidade.  Melhor, nos travestir. Para ficarmos menos parecidos com aquilo que a gente é, consumimos todos os produtos que o mercado oferece, aspiramos e amputamos partes nossas que não nos interessam mais ou esculpimos o corpo que os olhos deste mundo doente vai valorizar. E os nossos olhos? A cada ano que passa, temem enxergar a passagem dos anos. E, há tanta coisa boa na passagem dos anos! Há perdas significativas, mas há conquistas tão relevantes!  E, é destas conquistas que eu gostaria de falar, para que não precisemos mais temer os nossos cabelos brancos e aquelas rugas que podem até não serem charmosas, mas são marcas que dizem muito sobre a nossa história que precisa ser valorizada, independentes de sermos jovens ou velhos.
    Há jovens velhos e velhos jovens. Independente de qualquer coisa, o que determina a nossa idade é o tempo, mas o que determina a nossa disposição, alegria, juventude, sabedoria e beleza é a nossa história. Toda história, se não é valorizada, precisa ser, no mínimo, respeitada. Se eu tenho 15, 30, 50 ou 90 anos de história, o que importa é o que  eu fiz, faço e posso fazer com ela e por ela. Adoro histórias. Como terapeuta, passo grande parte de minha vida ouvindo a história dos outros; como mulher, vivendo a minha história; e como escritora, criando historinhas para dar mais compreensão e encanto à vida.  Adoro dizer a minha idade, pois ele reflete a minha história.  Acho que aprendi isto com a minha mãe e com o sorriso de satisfação que brotava não só de seus lábios, mas também de seus olhos todas as vezes que as pessoas exclamavam indignadas: Mas, você está muito conservada! Minha mãe soube conservar sem se tornar produto conservante. Ela soube conservar a sua própria história, ou seja, valorizar cada fase sem subestimar ou negligenciar uma em detrimento da outra. Com quase 80 anos, ora parece uma criança, ora uma adolescente, ora uma anciã. Ela sabe ser divina e o divino carrega todas as fases em si mesmo.  O divino carrega o feio e o bonito, o novo e o velho, o bom e o ruim, a alegria e a tristeza; só não carrega a rigidez de ser uma coisa só. O divino não precisa da aprovação de ninguém para ser; ele é. E, é isto que precisamos. Precisamos ser divinos e precisamos ser o que somos – humanos. Divinamente humanos, valorizarmos a nossa singularidade rejeitando qualquer clichê ou padrão de beleza que nos seja imposto. Precisamos desenvolver a capacidade de enxergar a beleza na sua essência e não a beleza fabricada por este Deus mercador e capitalista. Mais do que mostrar a nossa identidade revelando a nossa idade, precisamos ter a coragem de admitir que temos uma história que se reflete em nosso corpo, na nossa aparência, na nossa saúde, na nossa energia, enfim, na expressão que os nossos olhos e o nosso sorriso revela. Se esta história nos deixou aparentemente mais enrugado, sem energia e saúde, o que importa é que estamos vivos. Esta história que se reflete em nosso corpo retrata o grau de nossa labuta, da atenção, amor e cuidado que tivemos para com a nossa vida e para com o mundo. Enquanto estivermos vivos poderemos transformar aquilo que nos adoece e nos tornarmos ainda mais vivos, mais belos e cheios de energia. Cada dia e ano que passa é uma oportunidade a mais para a transformação; é uma grande dádiva que lamentavelmente nem todos valorizam. Há quem queira parar no tempo por acreditar apenas nos encantos de uma juventude débil que desconhece o poder da eternidade e por ser demasiadamente carente e inseguro desejando uma falsa aprovação e valorização que jamais será conquistada sem a base do amor verdadeiro e incondicional por si mesmo.
          Lembre-se: A idade só pára para quem morreu. Assim, a melhor idade é sempre aquela que estamos, pois é somente nela que podemos viver. Nela cabe tudo que já foi vivido e tudo que ainda se pode viver. Ela é o nosso “presente”; presente em todos os sentidos. Bendita seja ela!

    Dicas para uma boa comunicação


    ·        Olhe nos olhos do outro
    ·        Posicione-se à frente/diante do outro
    ·        Defina a questão ou o problema
    ·        Espere a sua vez de falar. Não atropele a fala do outro
    ·        Fale pausadamente, sem pressa, com serenidade
    ·        Jamais grite
    ·        Tome cuidado com a sua expressão corporal de rejeição. Adote uma postura de receptividade e acolhimento
    ·        Tente aumentar o seu entendimento ao invés de simplesmente querer ganhar a discussão
    ·        Adeque-se ao estilo de linguagem do outro (gênero, profissão, instrução, idade)
    ·        Expresse utilizando todos os sentidos
    ·        Evite palavras genéricas e expressões vagas
    ·        Cheque o entendimento do outro
    ·        Sacrifique parte de sua autonomia pessoal oferecendo-se para ouvir e negociar
    ·        Ouça o outro e responda às questões levantadas
    ·        Tome cuidado para não ouvir apenas o que você deseja ouvir
    ·        Não ouça o que imagina que o outro vai dizer
    ·        Não ouça apenas o que você pensa à respeito daquilo que está sendo falado. Ouça também o que o outro pensa a respeito
    ·        Não retire da fala do outro apenas as partes que tem haver com você, que lhe emocione, agrade ou desagrade
    ·        Não ouça apenas o que confirme ou rejeite o seu pensamento
    ·        Não ouça apenas o que possa se adaptar aos seus impulsos de amor ou raiva que sentia pelo outro
    ·        Responda diretamente em vez de simplesmente tentar apresentar os seus próprios pontos
    ·        Faça perguntas relevantes
    ·        Evite simplesmente expressar pontos de vista, mas, tentar discuti-los
    ·        Pense com empatia: suspenda críticas e não formule respostas até que você tenha ouvido e entendido tudo que o outro tem a dizer
    ·        Expresse com clareza embasando em fatos
    ·        Tome cuidado com a natureza rudimentar de seus conhecimentos e com seus preconceitos
    ·        Procure passar a mensagem da forma como você a recebeu e não da forma como gostaria de tê-la recebido
    ·        Valorize a qualidade e não a quantidade do conteúdo a ser repassado
    ·        Admita que existem vários pontos de vista diferentes e que todos eles são partes importantes de um mesmo fato
    ·        Saiba que seu ponto de vista é apenas uma parte do fato
    ·        Aprenda a escutar o silêncio

    Perdoar para manter-se saudável



    DICAS PARA PERDOAR


    ·        Exercite a arte e a graça de compreender
    ·        Tome consciência das causas que pesam sobre um ato e sobretudo sobre uma personalidade. Adquira maturidade para ver o outro como oprimido e assustado. Não exija deste a capacidade de oferecer o que não possui. Trabalhe-se para tornar-se capaz de ver a criança ferida e o grito de socorro que está sob o comportamento negativo
    ·        Atenha-se de julgar. Julgar é não compreender, pois se compreendesse não julgaria
    ·        Acredite que você ou o outro fez o melhor que pôde baseado no grau de amor, ignorância ou medo que estivesse vivenciando
    ·        Vença o ódio em si mesmo, ou seja, combata o seu próprio ódio.
    ·        Reconheça que o outro é um ser humano, repleto de falhas, costumes diferentes e hábitos irritantes
    ·        Desapegue da tentativa fútil de mudar o outro
    ·        Deixe o passado para trás; planeje o futuro em vez de ficar lamentado o que passou
    ·        Aceite que o outro nem sempre poderá dar o que você deseja
    ·        Avalie se pensas sempre em brigar quando recebe algo diferente daquilo que deseja
    ·        Tome consciência que as ações de outra pessoa, por piores que sejam, não obrigam você a ficar sempre péssimo, nervoso ou emocionalmente confuso
    ·        Aprenda a lidar com a negativa do outro, a não ficar contrariado quando as suas vontades são ignoradas
    ·        Aprenda a ficar calmo quando seus desejos não são satisfeitos
    ·        Reconheça que o perdão não é um substituto para o sofrimento, mas permite que ele vá se dissolvendo aos poucos
    ·        Reconheça aquilo que o perdão não é: A) Condescendência para com atitudes desrespeitosas. B) Abrir mão da justiça ou reparação C) Se fazer de bobo. D) Esquecer o acontecido F) Decidir que o acontecido não tem importância G) Bancar o capacho H) Reconciliar-se
    ·        Invista seu tempo e sua energia na reconstrução de sua vida
    ·        Reconheça que o perdão é uma forma positiva de lidar com a raiva, com  a decepção e com a perda
    ·        Reconheça o quanto é estressante e auto-destrutivo ficar reclamando de coisas que não pode mudar
    ·        Tome consciência que o perdão melhora a sua saúde
    ·        Reconheça que o perdão diminui o número de obstáculos criados por você na relação com o outro. Perdoando você consegue ter conversas mais pacíficas, pensar com maior clareza, resolver os problemas com mais inteligência, maior habilidade para examinar e tomar decisões e ter acesso a sentimentos positivos
    ·        Tome consciência de  que perdoando você se torna capaz de seguir adiante e partir para outra experiência mais gratificante
    ·        Alivie sua mente tomando decisões mais legítimas em nome do seu próprio bem estar emocional e físico
    ·        Coloque a sua energia na resolução dos problemas em vez de entrar em conflito e ficar criando histórias de sofrimento
    ·        Supere-se, e, não ao outro. Torne-se o herói e não a vítima
    ·        Seja responsável por seu humor e por seus pensamentos, mesmo quando o outro faz algo que você não goste
    ·        Tome consciência de que nem sempre agimos pensando no que é melhor para o outro. As nossas ações são, principalmente, fruto de nossas mais profundas motivações no presente
    ·        Permita que o outro seja diferente daquilo que você idealiza ou deseja
    ·        Aceite os erros do outro e os seus, procurando percebê-los como reações temerosas ou tentativas confusas de conseguir o poder e o amor que você ou o outro sente que precisa
    ·        Perceba se a indelicadeza do outro não foi um grito de dor. Pois quem fere pode ter sido ferido
    ·        Tente entender a história e o ponto de vista do outro. Entenda que percebemos, sentimos e analisamos nossas histórias de forma diferente
    ·        Entenda o estágio de vida do outro, pois ele pode estar vivendo um estágio de vida diferente onde as motivações deste nem sempre coincidirão com as suas
    ·        Entenda que o conflito é inerente a qualquer relacionamento
    ·        Não exija perfeição
    ·        Ignore a ofensa do outro e trabalhe junto com o mesmo no sentido de ajudá-lo a resolver o problema
    ·        Esteja consciente de que quanto menor a mágoa, maior o amor
    ·        Avalie sempre seu padrão de relacionamento para saber se pode criar uma parceria bem sucedida. Uma experiência mal sucedida é terreno fértil para ressentimentos
    ·        Honre, sem ressentimento, a natureza imperfeita daquele que divide com você a própria vida
    ·        Aprenda a discutir as diferenças; silenciar pode ser pior do que um bom desentendimento, predispondo-o a ressentimentos profundos, não comungados
    ·        Domine-se, atendo-se ao bem e ao amor
    ·        Não se apegue à dor. Deixe de ressentir ( Ressentir = sentir de novo)
    ·        Valorize seu inimigo. Valoriza-lo não implica em cessar de combatê-lo, mas combatê-lo serenamente transformando-o numa ferramenta ao seu desenvolvimento
    ·         Não anule o comportamento mau e nem renuncie combatê-lo; recuse, sobretudo,  compartilhá-lo, somando ódio a seu ódio, egoísmo a seu egoísmo para o seu próprio bem. Deixe o ódio ao odiento, a maldade aos maus e o rancor aos ruins
    ·        Desista de ser a vítima
    ·        Desista de mostrar que você ou o outro está certo ou errado; perceba que existem outras maneiras de encarar o mundo
    ·        Relacione com a parte saudável do outro
    ·        Trabalhe e perceba a pessoa real e não a idealização que você nutre
    ·        Faça uma lista de suas expectativas para com o outro que lhe feriu. Reflita sobre estas expectativas
    ·        Perceba se há algum ganho secundário na atitude de não perdoar o outro
    ·        Não finja que está tudo bem, ignorando a raiva e o ressentimento. Trabalhe estes sentimentos
    ·        Reavalie seus valores, crenças e submissão às normas vigentes. A culpa nasce da sensação de  não adequação  a estas normas impostas por você ou pela sociedade. Desapegue da idéia rígida de como a vida deveria ser.
    ·        Perceba que as escolhas feitas por você ou pelo outro foram as que pareciam mais seguras em uma certa situação, ainda que tenham sido imaturas ou uma forma de auto-sabotagem
    ·        Tome consciência que não perdoar implica na decisão de manter a raiva, o inimigo e a perpetuação e repetição de uma história destrutiva. Use seu inimigo como uma fonte de nutrição e crescimento
    Técnica do Perdão: a) Não repisar: Deixar de pensar naquilo que lhe faz mal, afastar da lembrança, não insistir para que ela permaneça em primeiro plano, recusar mergulhar em recordações
    b) Controlar-se: Abster-se de punir, ter paciência e praticar a generosidade desejando ser bom ao invés de mau
    c) Perdoar: Decisão consciente de deixar de abrigar ressentimentos, desistência da determinação de retaliar, abdicação da frieza, viver a sua vida intensamente ao invés de viver o desejo de arruinar a vida do outro.
    ·        Só não use o perdão para fugir da responsabilidade de ter que colocar limites ou enfrentar algo que lhe ameaça





    terça-feira, 2 de abril de 2013

    A EMPÁFIA E DESPREPARO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE


    EMISSÃO DE ATESTADO DE ÓBITO PASSOU A SER UM ATO DE GENTILEZA

    OBS: Peço a você, leitor, que leia a primeira parte deste email. Ele retrata o desrespeito de profissionais de saúde para com o Ser Humano e a falta de treinamento para lidar com a fragilidade do mesmo. Peço também a você, intermediado pela sua consciência, que me ajude a divulgar o mesmo para que possamos combater a arrogância e o despreparo emocional e técnico dos profissionais de saúde que encontraremos pelos corredores de hospitais que,  por desventura, possamos ter que enfrentar um dia.
    Emitir atestado de óbito além de um compromisso ético e moral é uma responsabilidade médica prevista em lei. Diante da falta de compromisso e ética, o mínimo que se espera de um médico é o cumprimento da lei. E, RESPEITO pelo ser humano é uma atitude prevista em lei, principalmente nos estatutos de qualquer conselho profissional. No entanto, depois de muito desrespeito por parte de uma assistente social do Hospital Miguel Couto do Rio de Janeiro, eu ainda tive que ouvir a arrogância do médico atestando  que não tinha a obrigação de fazer e me entregar  o atestado de óbito de meu tio que morrera a 7 horas atrás em suas mãos. Alegou com todo arrogo e autoritarismo, de quem se sente dono de uma situação, que era simplesmente um ato de gentileza o que estava fazendo por mim e pelos familiares que estavam ali  esperando, à horas,  a liberação do corpo de um ente querido. Ao indaga-lo sobre a sua responsabilidade frente o caso e sobre o tempo que este corpo estava aguardando para ser liberado para posteriormente ser velado em Minas Gerais, numa cidade a  quase 400 Km do Rio de Janeiro, ele alegou com desdenho  que eu deveria agradece-lo com toda a gentileza que ele estava tendo por mim, pois se não desejasse ter boa vontade para conosco, poderia mandar o corpo de meu tio para IML e  teríamos que esperar mais tempo ainda, provavelmente uns 3 dias. Com ar de cinismo, seu discurso recheado de uma moral falsa e nojenta dizia nas entrelinhas: “Seja boazinha e saiba do seu lugar mediante o seu insignificante poder como usuária do SUS. Eu, DR todo poderoso, posso puni-la se desejar”.
    Alegou, sem um verdadeiro conhecimento dos fatos, que nós estávamos atrapalhando a estrutura do hospital ao solicitar o que é nosso por direito -   referências  sobre as questões relativas à liberação do corpo de um ente querido. Se referiu a mim e aos outros familiares como se  fossemos  uns  baderneiros. Há câmeras espalhadas pelo hospital e  temos como provar que em nenhum momento atrapalhamos ou desrespeitamos a estrutura organizacional do mesmo. Durante todo o nosso tempo de espera lá, agimos de forma respeitosa e muito paciente não só com a estrutura do hospital, mas também para com todos os profissionais, inclusive, com a assistente social que foi sempre muito mal educada e despreparada para lidar com a situação em questão.
    Quero frisar que os outros profissionais (Corpo de Bombeiros,  recepcionistas e seguranças) demonstraram preparo emocional e técnico e foram muito atenciosos e educados ao nos fornecer as informações solicitadas quando nos dirigimos a eles. No entanto, a assistente social que deveria estar preparada para assistir uma família enlutada, de maneira a preservar ao máximo a estrutura emocional dos envolvidos, só colaborou para desestruturar ainda mais o emocional destes. Tratou, juntamente com o Dr Arrogância, o corpo de meu tio como se fosse uma encomenda qualquer ou um embrulho sem prazo de validade que pudesse ser retirado do local no tempo deles: - “ Se estava cansada de esperar que fosse para casa e voltasse depois para buscar”.  Embora eu possa entender que um corpo sem vida possa ser para eles apenas um número a mais nos registros de óbito do hospital, para nós, familiares, tem uma significação emocional grandiosa. O vínculo emocional não se desfaz frente a perda, pelo contrário, neste primeiro momento este vínculo se intensifica ainda mais. Saber disto, deveria fazer parte da formação destes profissionais
    Nós não estávamos cansados de esperar, embora estivéssemos sem almoço, lanche e jantar. Nem havia dentro de nós espaços para o cansaço; havia apenas espaços para a dor e para a ânsia de querer saber quanto tempo nos restaria para velar o corpo de uma pessoa querida, já que este deveria ser encaminhado para Minas onde o restante da família aguardava a sua chegada. Solicitávamos apenas referências respeitosas, jamais desdenho. Além da dor, tive que criar, dentro do meu ser ferido, espaço para a indignação e humilhação.
    Tentando respeitosamente sensibiliza-los para a gravidade da postura deles frente aquela situação, eles não se dispuseram a ouvir o que eu tentei dizer sobre o respeito que se deve ter não só por uma família enlutada, mas sobretudo, por qualquer usuário do SUS. Tive que engolir aquele desrespeito, mas nenhum desrespeito é digerido dentro de um ser consciente. Por não digeri-lo, estou vomitando esta história. Este vômito incomoda, pois traz à tona todos as indigestas posturas de profissionais despreparados que somos obrigados a engolir no nosso dia a dia. Não podemos continuar convivendo com este mal estar.  
    Leitor, te faço agora um apelo. Eu gostaria muito que você, que se compromete a ler este email, não engolisse também situações como estas e outras ainda muito piores que acontecem todos os dias em nossos hospitais públicos e privados, principalmente nos hospitais públicos onde grande parte dos assistidos ou não reconhecem ainda os seus direitos como cidadãos e  usuários do SUS ou simplesmente se acomodam e se tornam coniventes com este tipo de tratamento desumanizador.
    Sou uma pessoa paciente e esperaria mais horas ou dias se fosse necessário. Conheço bem como funciona a estrutura do SUS,  de hospitais e pronto-atendimentos. Conheço bem a legislação sobre emissão de atestado de óbito e acredito que este doutor deva conhecer bem melhor ainda do que eu. Ciente disto, sei que agiu sem ética, compromisso e respeito. O seu compromisso para com os outros pacientes que chegaram na emergência não anula o respeito e compromisso que deva ter por aqueles que perderam um ente querido. Sei que nada mais  poderia ser feito pelo meu tio, mas ainda muito havia  a ser feito pelos familiares do mesmo; e deste muito, solicitávamos apenas atenção e respeito frente ao conhecimento que temos das limitações de nosso sistema de saúde.
    Seja por bondade, abuso de poder ou por cinismo, não cabe a nenhum profissional médico emitir atestado de óbito por gentileza. Além de não existir nenhum artigo ou resolução que favoreça esta conduta, o atestado de óbito é um compromisso ético que fornece ao sistema de informação de nosso país dados sobre o perfil epidemiológico e sobre a mortalidade de nossa população. É à partir deste perfil que políticas de saúde são empreendidas. Construir uma política de saúde é coisa séria e requer, portanto, seriedade dos profissionais de saúde.
    Gentileza é uma ação espontânea e não uma moeda de troca de favores. Gentileza é um ato gratuito e, no mínimo, um pré-requisito dos profissionais que lidam com a fragilidade humana, principalmente em momentos de grande tensão capaz de abortar qualquer estabilidade emocional. Não se cobra gentileza de quem está sob tensão. Doa-se gentileza para aliviar esta tensão. Aprendi isto não só dentro das instituições acadêmicas onde busquei as minhas formações (Psicologia, Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura, Terapias indianas – Yoga e várias outras terapias Holísticas ) mas, sobretudo em berço familiar e na minha relação cotidiana com o ser humano.
    Além de escritora e profissional de saúde, já fui secretária de saúde de uma cidade em Minas Gerais. Não só como gestora da saúde, mas sobretudo como cidadã, sempre lutei pela qualidade no atendimento à saúde e pela construção de uma sistema mais justo e eficiente. Organizei e participei de conselhos, congressos regionais, estaduais e nacionais de saúde tentando criar juntamente com todos os membros envolvidos uma política de saúde que se preze capaz de respeitar o cidadão e ser respeitada pelo mesmo.  Combater a politicagem, em todos os âmbitos dentro deste sistema, sempre foi a pior doença a ser combatida; politicagem que se expressa não só através de  falcatruas políticas, mas também através de perniciosas  atitudes  de nossos políticos, dos profissionais de saúde e até mesmo dos próprios usuários. Não cabe a nós, cidadãos brasileiros, aprender a conviver com esta doença, cabe a nós combate-la. Soltar a nossa voz diante destes abusos e exigir os nossos direitos é uma forma de fazer isto.
    Estou longe de querer ser uma usuária do SUS histérica querendo atenção ou desestabilizar o sistema, apesar de admitir que mesmo os histéricos mais chatos merecem todo o nosso respeito e atenção. Tenho um bom plano de saúde e utilizo muito pouco este sistema. Mais do que utiliza-lo, luto por ele e por cada brasileiro que se beneficia do mesmo. Poderia ter cruzado meus braços e ser conivente com esta falta de respeito. Dá menos trabalho ser conivente do que dedicar algumas horas para escrever este artigo e tomar as providências necessárias para que estes profissionais sejam advertidos. Não desejo punição, apenas “Educação”. Que estes profissionais possam ser trabalhados, educados e, no mínimo, treinados para lidar com o usuário do SUS ou, mais precisamente, com o ser humano. Percebi total falta de formação deles neste sentido. Acredito no ser humano; mesmo naqueles que cometem os piores erros. Tem muita pedra valiosa passível de ser lapidada.  Já tive programa em rádio, já escrevi inúmeros artigos para jornais sempre no intuito de educar para a saúde, principalmente no que tange ao funcionamento do SUS. Espero que as autoridades responsáveis tomem alguma medida neste sentido – que conscientizem estes e outros profissionais sobre seu verdadeiro papel frente situações como estas; que lapidem a postura deles como profissionais de saúde.
    Para você que também se deu ao trabalho e dedicou seu tempo para ler este email, depois lhe envio outro para contar o segundo capítulo desta história, ou seja, no que deu tudo isto. O brasileiro costuma dizer que não dá em nada. Mas eu, também brasileira, filha desta terra fértil, acredito que toda semente que se lança na terra, se devidamente cuidada, germina.

    SEGUNDA PARTE : (leia se desejar entender melhor como tudo aconteceu)
    Relato pormenorizado de cada situação vivida no pronto-socorro  do Hospital Miguel Couto do Rio  de Janeiro no dia 23-03-2013 à partir das 14 horas.

    O meu tio passou mal por volta das 14 horas na sua residência. Repentinamente, desmaiou caindo ao chão e apresentando dificuldade para respirar. Apesar de uma pulsação muito fraca, ele estava vivo, porém inconsciente.   Sua esposa apavorada, além de pedir ajuda a uma vizinha,  ligou para o Corpo de Bombeiros que chegou em poucos minutos demonstrando muita eficiência e preparo em suas ações de socorro. Foi  levado para o Hospital Miguel Couto e segundo informações fornecidas pelos próprios bombeiros, o seu coração batia, mas não conseguia respirar por conta própria. Antes de partir para o hospital, a esposa de meu tio me ligou para informar o acontecido e pedir ajuda, já que sou a única sobrinha que mora no Rio de Janeiro. Todos os parentes mais próximos residem em Minas Gerais. Fui para o hospital, chegando lá por volta das 15:30 hs. Durante todo este tempo, ele estava sendo atendido e a única informação que tínhamos é que embora não conseguisse respirar por conta própria, o seu coração estava batendo. Por volta das 16 horas uma assistente social pediu que eu e a esposa de meu tio fossemos conversar com o médico responsável pelo atendimento prestado a ele até aquele momento. Esta assistente social foi educada e cumpriu bem o seu papel.
    O médico responsável nos comunicou o falecimento do mesmo educadamente e  desta forma: “- Eu estava atendendo o Sr X (meu tio) até este momento. O quadro dele era muito grave. Ele teve um infarto. Foram feitos todos os procedimentos para reverter o quadro. Embora o coração estivesse batendo, ele não reagia e infelizmente ele não resistiu.”
    Nos emocionamos e ele continuou: - “Agora vocês precisam resolver as questões relativas ao sepultamento do mesmo. Voces possuem aí algum documento dele para que eu possa fazer o atestado de óbito”?
    Como não tínhamos a documentação necessária ele continuou : - “Traga os documentos dele para que eu possa fazer o atestado de óbito . Só à partir deste atestado é que vocês poderão fazer alguma coisa. Fiquem tranquilas, eu estarei de plantão até amanhã. Assim que vocês trouxerem os documentos dele eu farei o atestado de óbito e vocês poderão dar sequencia às questões relativas ao sepultamento. Meu nome é “Y” e vocês devem entregar estes documentos para ela” (referindo-se à assistente social ali presente).
    Saímos de lá e fomos imediatamente para a casa de meu tio para buscar a documentação necessária. Neste ínterim a família foi avisada e foi decidido onde seria realizado o sepultamento do mesmo. Voltamos rapidamente para o hospital, pois tínhamos pressa, já que meu tio seria sepultado em Minas Gerais, cidade de seus familiares e onde seus pais foram sepultados. Por volta de 16:45 estávamos de volta ao hospital com todos os documentos necessários. Não havia ninguém, neste momento, que pudesse receber os mesmos e foi solicitado que esperássemos a assistente social retornar para repassarmos para a mesma a documentação. Sentamos na recepção e esperamos de 20 a 30 minutos, sem problemas. A assistente social apareceu, passamos os documentos para ela e ela nos informou que teríamos que esperar um tempo maior, pois o médico responsável estava envolvido com outra emergência e não poderia prontamente emitir o atestado de óbito. Perguntei se podíamos agilizar alguma coisa referente ao funeral e como isto era feito; se havia serviços funerários no hospital, etc, etc. Explicou que só depois de termos a posse deste atestado é que poderíamos resolver estes problemas. Que seríamos depois direcionados para outro setor do hospital para resolver estas questões.  Sem problemas, sentamos na sala de espera do hospital aguardando o momento em que seríamos atendidos. Esperamos até, mais ou menos 18 horas (uma hora e quinze de espera). Um pouco ansiosa, a esposa de meu tio dirigiu-se à porta onde a assistente social tinha entrado, à procura da mesma para saber notícias. O segurança, dirigiu-se educadamente até nós, perguntando o que a gente desejava. Expliquei educadamente e tranquilamente a situação, enfatizando que precisávamos saber se a assistente social tinha entregue os documentos para o médico, pois precisávamos resolver o problema o mais rápido possível, já que o corpo seria encaminhado para uma cidade a 400km do Rio de janeiro e nem sabíamos o que fazer e como fazer, já que nunca, nenhum de nós, lidou com situações similares a esta. Com respeito e atenção o segurança disse que o turno seria mudado e que uma nova assistente social retomaria o lugar da anterior. Que deveríamos aguardar a chegada da próxima assistente social. Aguardamos sem problemas e sem nenhum alarde. Por volta das 18:30 horas a assistente social saiu. Nos dirigimos a ela e ela nos informou que o médico ainda se encontrava na emergência e que ela nada poderia fazer. Informou que daquela hora em diante deveríamos tratar coma outra assistente social que estava assumindo o seu lugar. Apontou a assistente social nova solicitando-nos  dirigir a ela para resolver, à partir daquele momento, a situação com ela. Juntamente com a esposa de meu tio, me dirigi a esta nova assistente social para perguntar se ela estava à par da nossa situação e se teria recebido da assistente social anterior os documentos de meu tio para o médico atestar o óbito. Assim que falei “Boa Noite”, esta nova assistente social saiu andando, nos dando as costas e dizendo em tom áspero e alto (quase gritando): - “ Eu não posso falar nada com vocês agora”! Não quis nem mesmo ouvir o que tínhamos para perguntar. Fui andando atrás dela e insisti para que me ouvisse. Parou, finalmente, nos olhando irritada. Expliquei a situação educadamente e ela apenas disse rispidamente: - Não posso fazer nada, o médico está em emergência.” Deixei claro que esperaríamos e que, inclusive, já estávamos esperando a 2 horas. Só queríamos saber se ela tinha ou não recebido os documentos da assistente social anterior e se estava à par dos fatos. Depois disto, ela deu uma sumida e ficamos sem ter com quem obter qualquer informação. Por volta das 19:30 ela apareceu novamente e naturalmente nos dirigimos a ela na esperança dela ter resolvido a nossa situação. Antes de perguntar qualquer coisa, ela já falou em tom ríspido: - “Eu já falei que ele está em emergência!”. Não nos dava atenção alguma e em nenhum momento nos perguntou se precisávamos de alguma ajuda. Só se irritava com qualquer tipo de aproximação que pudéssemos ter em relação à mesma. A postura desta profissional não denotava nenhuma assistência e solidariedade; seu toque de ordem era: - Mantenha distância!
    Por volta das 20:30, a esposa de meu tio se dirigiu para a recepção do hospital, pois não sentia receptividade por parte da assistente social. E, diante da ausência dela, perguntou carinhosamente para uma das recepcionistas  se ela poderia checar se o médico, porventura, já pudesse  estar disponível e liberado da emergência que, desde as 17 horas,   a assistente social anterior nos informara estar ele envolvido. Já havia 4 horas e meia que o meu tio tinha morrido e 3 horas e meia, mais ou menos, que estávamos ali esperando. A recepcionista mostrou-se solícita e solidária à nossa dor. Procurou se informar e retornou com a notícia de que o médico ainda estava ocupado, agora com outra emergência, e que nada poderia ser feito.  Uns 15 minutos depois disto, a assistente social retornou. Naturalmente, nos dirigimos a ela para saber se trazia alguma notícia e posição. Neste momento ela se irritou ainda mais e disse impacientemente: - “Voces estão incomodando! Aqui é uma emergência , será que voces não conseguem entender isto? Voces precisam entender que existem coisas mais importantes que o caso de vocês.” Neste momento, pela primeira vez eu me posicionei de forma mais firme, porém educada,  dizendo: - “Eu sei que isto aqui é uma emergência, mas você também precisa saber que existe a dor das pessoas que perdem uma pessoa querida e que precisamos saber o que fazer neste momento. Já tem quase 5 horas que estamos esperando”...Ela disse que entendia sim a dor da família, embora a sua expressão  denotasse ainda mais impaciência e irritação para conosco. Desejo aqui ressaltar, a importância do profissional de saúde ter a consciência que o corpo e a postura fala muito mais do que as palavras. Voltei para o lugar onde estava sentada e solicitei à esposa de meu tio que fosse embora, pois não tinha nem mesmo almoçado naquele dia.  Continuei esperando, sem saber que providencias tomar. A família ligava de Minas para saber que horas o corpo chegaria lá no dia seguinte e a que horas seria velado. Eu não tinha referência alguma para dar aos familiares, pois não sabíamos o que fazer. Isto, naturalmente gera ansiedade em todos. Acredito que uma assistente social possa ser muito útil nestes momentos para orientar a família sobre o que fazer e abaixar o nível de ansiedade de todos os envolvidos. Esta, porém, só nos dava bronca e nenhuma orientação. Continuei esperando e pedi que alguns familiares que estavam ali comigo se dirigissem ao outro setor do hospital para se informar se existiria por ali alguma funerária para nos passar o mínimo de informação possível. Estes familiares encontraram dentro de outro setor do hospital um serviço de funerária. Fomos bem recebidos pelo mesmo que, finalmente, nos informou como as coisas poderiam acontecer. O senhor responsável pelos serviços funerários nos ajudou muito neste sentido, abaixando significativamente o nosso grau de ansiedade. Agora, tínhamos referências do que poderia e deveria ser feito. Era só isto que precisávamos. O problema maior nunca foi a espera propriamente dita, mas a falta de referências do que fazer ou deixar de fazer. Agora estávamos mais tranquilos e dispostos a esperar até madrugada adentro se preciso fosse. Conseguimos esta informação básica por volta das 21:30 horas da noite; depois de quase 5 horas esperando. Ao invés de irritação, a assistente social poderia ter nos ofertado informações e nos auxiliado neste sentido direcionando-nos a este serviço. A única coisa que sabia dizer era: - “Eu não posso fazer nada” ou “Vocês estão atrapalhando...”
    Por volta das 22:50 horas o médico e a assistente social finalmente apareceram.   Juntamente com meu marido, me dirigi a eles para saber, mais uma vez, se o atestado de óbito havia ou não ficado pronto. Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, aquele médico até então educado se transformou num ser irreconhecivelmente arrogante e cínico, dizendo com empáfia: “- Antes de lhe entregar este atestado, eu gostaria que vocês soubessem que o que estou fazendo aqui agora é um ato de gentileza e todo ato de gentileza a gente deve retribuir com gentileza. Voces criaram uma grande confusão aqui. Voces devem saber que existem normas aqui a serem seguidas. Se não quisesse esperar que fosse para casa e voltasse depois para buscar. Mais uma vez. Estou lhes fazendo uma gentileza e vocês deveriam ter agido também com gentileza”. Eu não sou obrigado a dar para vocês este atestado não”.
    Quando falei que estávamos a mais de 6 horas esperando e se ele não era o responsável por aquele atestado de óbito, de quem seria então esta responsabilidade? Para se defender de sua própria empáfia,  contradizendo tudo que me disse pessoalmente ao me informar da morte de meu tio, ele continuou: - Ele não morreu na minha mão; eu poderia ter mandado o corpo dele para o IML e você teria que esperar 3 dias ou mais para eles fazerem os exames necessários para saber do que ele morreu realmente.
    Indaguei o médico novamente, repetindo tudo que ele havia dito assim que nos chamou para informar o falecimento do meu tio; que ele próprio havia falado que o meu tio havia tido um infarto e morrido em decorrência disto. Aproveitei para falar que , assim como eles, eu era profissional de saúde e que eles deveriam ter, pelo menos, o conhecimento acerca do respeito mínimo que se deve ter pela dor dos familiares. Não me deram atenção e sem querer me dar ouvidos,  eu resolvi me calar para não piorar ainda mais as coisas. O Dr arrogância saiu repetindo enfaticamente que deveríamos retribuir com gentileza a gentileza que ele estava tendo por nós. Ao invés de cumprir o seu papel, ele dizia através de sua postura e de seu discurso: - “Seja boazinha, pois voce depende da minha boa vontade”.
    Depois disto, meu marido foi fazer o reconhecimento do corpo para que pudéssemos dar sequencia nas questões relativas ao sepultamento.
    Fica aí mais uma história de empáfia médica e de despreparo emocional de nossos profissionais de saúde. Que possamos sepultar este tipo de postura que adoece o nosso sistema de saúde e denigre a imagem destas classes profissionais. Que o Hospital Miguel Couto possa nos dar uma resposta para seguinte pergunta: Baseado em que, o seus profissionais médicos se delegam o poder de emitir atestado médico por gentileza ou não emiti-los quando é esta uma responsabilidade dos mesmos?